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[Série Anatomia] Pasta de dente convencional - Flúor, Triclosan e outros ingredientes suspeitos



De quem usa a misturinha de pó de juá (e outras especiarias) aos últimos lançamentos do mercado (com inovação e sensorial de deixar qualquer creme dental convencional para trás), há um grande objetivo em comum: ficar longe das substâncias consideradas suspeitas de afetarem a saúde humana e o meio ambiente.


Que hoje em dia dá para ter uma higiene bucal mais gentil com a gente e o planeta de forma mais prática e variada, dá! Já existem boas e diferentes opções de produtos de menor impacto no mercado nacional para esta rotina de cuidado. Mas com certeza começar pelas fórmulas livres das substâncias mais suspeitas de algum tipo de toxicidade é o caminho ideal.


Algumas substâncias químicas são invisíveis na sua pasta de dentes, mas em contato com a nossa boca, encontram uma rápida via em direção à corrente sanguínea

Algumas pesquisas apontam que, em média, uma pessoa utiliza cerca de 70 litros de pasta de dente por ano. E mesmo que a maior parte seja expelida, algumas das substâncias químicas que estão presentes chegam à corrente sanguínea.


Dentre os mais comuns nas fórmulas das pastas de dente, podemos encontrar o Flúor, Triclosan, Lauril Sulfato de Sódio (SLS), Dietanolamina (DEA), além de aromas e corantes artificiais, e conservantes suspeitos, como o grupo 2 dos parabenos. Cada um com um grau diferente de impacto. Quer saber mais sobre eles? Veja no nosso guia abaixo, parte da série "Anatomia".


Confira ingredientes suspeitos de serem tóxicos presentes dentro de uma pasta de dente convencional




Triclosan - um possível disruptor endócrino


Além de ter um atuação em prevenir gengivites e potencializar a limpeza bucal, este ingrediente tem um bom custo para a indústria. Usado ainda como bactericida, fungicida e conservante de produtos de higiene pessoal, não à toa, sabonetes, shampoos e pastas de dente são os veículos mais comuns para estas substancias chagarem até nós.


Mas é suspeito de atuar como desregulador endócrino. A UNIÃO EUROPEIA (CosIng), a concentração máxima de 0,3% em cremes dentais. Mas as marcas naturais e conscientes não arriscam e deixam o ingrediente totalmente de fora, optando por ativos naturais e comprovadamente seguros.


Flúor - na berlinda como vilão


Sempre se pensou que o fluor fosse o ingrediente mais necessário nos cremes dentais porque ajudaria a proteger contra a placa bacteriana. Mas as controvérsias o colocam como o grande visão das pastas de dente.


Pesquisas têm demonstrado que o flúor é uma substância possivelmente química tóxica (fluoride is a toxic chemical) que se acumularia nos tecidos com o tempo, causando estragos nas enzimas e produzindo uma variedade de efeitos adversos sérios na saúde, como disfunção neurológica e endócrina.


"Além disso, já evidências de que o fluor, na verdade, é incapaz de interferir nos fatores responsáveis pela doença, isto é, a formação de placa dental e a transformação de açúcares em ácido", afirma a dentista Ana Paula Brugnera, de São Paulo.


"A primeira relevância clínica deste conceito é que o flúor isoladamente não impede a doença cárie. Isto mostra a importância dos controles da placa dental e/ou dieta para que um efeito máximo seja obtido" - Ana Paula Brugnera, dentista.

Há, ainda, uma corrente que evita o uso do flúor por conta da calcificação da glândula pineal - localizada na área mais central do cérebro, aconchegada entre os dois hemisférios do cérebro. " A glândula pineal também é composta por hidroxihapatita, o que leva a sua calcificação e disfunção dessa glândula mãe do nosso metabolismo, que controla o ciclo circadiano e rege as demais glândulas do corpo", explica a dentista Raquel Cembranelli.


Em depoimento para à Piauí, o neurocirurgião Helton Martins, coordenador de pós-graduação de Neuroenfermagem da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, a quantidade de flúor presente no creme dental não oferece riscos à saúde. De fato, na atuação no funcionamento da pineal, são poucas as evidências científicas. Mas especialistas entusiastas das pastas sem flúor lembram que a questão é o uso excessivo da substância, que ainda chega a nós pela água de diversas formas.


No rótulo podemos encontrar o fluor tamém como fluoride, Ammonium monofluorophosphate, Magnesium fluorsilicate, floride.



Dietanolamina (DEA) - Alerta vermelho!


´Tem como função principal estabilizar o pH dos produtos cosméticos. Embora a ANVISA não estabeleça uma concentração máxima, o órgão reconhece que essa é uma substância de risco moderado na Instrução Normativa Conjunta No-1 de 18 de abril de 2013, que regulamenta o uso de agrotóxicos. Já na plataforma de pesquisa limpp.com.vc, que cruza dados de diferentes instituições globais, é classificada com três danos potenciais: tóxico para reprodução e\ou feto, carcinogênico e irritante ou sensibilizante. "


Perigoso se ingerido" e "Possivelmente carcinogênico se a interação com outros ingredientes gerarem agentes nitrosantes" aponta a plataforma. Além disso, sua bioconcentração pode causar prejuízos crônicos aos organismos aquáticos. Enquanto isso, a ong EWG classifica a DEA com o número 10 em sua base de dados de cosméticos , ou seja, a classificação mais tóxica)


Nos rótulos: DEA • DI(2-HYDROXYETHYL)AMINE • DI(BETA-HYDROXYETHYL)AMINE • DIAETHANOLAMIN • DIETHANOLAMIN • DIETHYLOLAMINE • DIHYDROXYETHYL TALLOWAMINE OXIDE • DIETANOLAMINA


Microesferas de plástico (polietileno, polipropileno, polietileno )


Os famosos microbeads são micro esferas de plástico populares em esfoliantes, geis de banho e, por incrível que pareça, na pastas de dente! As mais utilizadas em produtos de higiene pessoal são as de polímeros, sobretudo polietileno, polipropileno, polietileno tereflalato, polimetilmetacrilato e até náilon).


O reforço da limpeza e na esfoliação não vale todos os impactos já comprovados. Além da atuação no organismo humano, sobretudo interferindo no funcionamento dos hormônios, as microesferas de plástico são uma ameaça ambiental.


Essas “bolinhas” saem pelo ralo do banheiro direto para o sistema de esgoto. Como as águas residuais não conseguem filtrá-las, elas vão parar no oceano e, por não serem biodegradáveis, são de difíceis remoção. A indústria consciente tem apostado em sementes de frutos, dentre outros ativos, para uma substituição sustentável.


Lauril Sulfato de Sódio (SLS) - o famoso sulfato


Agente limpante e surfactante, é um tipo de sulfato, ou seja, responsável pela espuma abundante nos produtos convencionais - shampoos, pasta de dente, sabonetes... É uma substância que ainda ainda está na berlinda. É que à saúde seus riscos são leves (sobretudo por serem, basicamente, só usados em produtos enxaguáveis). No máximo é associado à sensibilidade.


O grande alerta, no entanto, está relacionado ao meio ambiente. O uso de surfactantes sintéticos, pode provocar danos ambientais em diversos processos da indústria - da produção ao descarte. Sua espuma formada na superfície diminui a entrada de luz solar, prejudicando microorganismos, animais e plantas aquáticas.


Corantes, aromatizantes & conservantes - e as pastas de dente infantis!


Outras substâncias comuns no creme dental convencional - corantes e aromas artificiais, além de conservantes suspeitos Parabenos (tipo 2) - também tem seus impactos.


Os adoçantes são especialmente nocivos nas pasta de dente infantis. O desenvolvimento do paladar tem início na gestação e é definido na infância. Neste contexto, o açúcar é um alimento capaz de destoar a percepção dos sabores.


A dentista Ana Paula Brugnera explica que a mucosa oral do bebê é muito delicada e fina: "produtos químicos podem machucá-la além de serem absorvidos, caindo na corrente sanguínea e causando danos sistêmicos ainda maiores", alerta.


No e-book "Creme Dental Infantil, Brugnera destaca frase do pediatra e médico antroposófico José Agop Manuchaguian sobre os aromatizantes: “atingem os vasos sanguíneos e chegam até o fígado, o que pode resultar em distúrbios hepáticos. Problemas respiratórios causados por cosméticos à base de compostos artificiais também são comuns”.


[Notas editorais]


***Com informações de: limpp.com.vc, FDS 2020, EWG, entre outros como:

- https://www.accessdata.fda.gov/scripts/cdrh/cfdocs/cfcfr/CFRSearch.cfm?fr=355.10&SearchTerm=sodium%20fluoride

- doi:10.1001/jamapediatrics.2019.1729 e doi.org/10.1016/j.envint.2018.09.017


****O impacto - seja na saúde humana ou ambiental - varia de substância para substância, proporção utilizada na fórmula e até a interação com outros ingredientes. Não tenha medo, tenha senso crítico.


***conteúdo autoral por A Naturalíssima - proibida a reprodução (leia-se: cópia. mesmo comaquela mexidinha). Ao utilizar algum trecho, faça referência e inclua o link desta reportagem original.


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