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Glitter: versões biodegradáveis do vilão do look carnavalesco

Entenda porque deixar de usar glitter convencional é uma das atitudes mais conscientes que você poderia ter neste carnaval. E confira uma seleção de versões artesanais e sustentáveis

O glitter estava cotado para ser o protagonista dos looks carnavalescos de 2018 – ok, soa redundante já que festa é quase sinônimo de brilho. Mas esteve ano ele estava entre as tendências de maquiagem e roupa. Até em uma ação de uma cervejaria gigante ele surgiu (imagine só, uma chuva de glitter em pleno Largo da Batata para fazer cintilar os bloquinhos paulistanos e escorrer pelo ralo sabe se lá que quantidade pelo ralo! Maravilhosamente poluente!

Ciclo negativo

O motivo pelo qual esse item tem sido apontado como o vilão do momento, é o mesmo pelo qual tanto falamos dos perigos do esfoliante convencional: as microesferas de plástico (mais especificamente, alumínio e polietileno tereftalato – PET) que saem pelo ralo e não se decompõem (nunca). Resultado: desequilibram o ecossistema marinho, viram comida de peixes. Eles morrem e, quando isso não acontece, voltam para o prato cheio dessas “comidinhas”.

Em entrevista ao El Pais, Celia Ojeda, responsável por campanhas do Greenpeace Espanha, explicou o processo: “as partícula ficam em suspensão nas primeiras camadas da água e entram na cadeia trófica porque os peixes as ingerem. Muitas vezes são encontradas nos estômagos dos peixes e até mesmo em suas larvas. Os peixes estão se desenvolvendo com os microplásticos”.

Mesmo com uma informação tão chocante é possível ouvir comentários como “Que mal fará se usarmos glitter em apenas um feriado no ano”. Absurdo, não acham? A resposta está acima. Mas vale ressaltar que  21% a 54% de todos os fragmentos de microplásticos do mundo se encontram na bacia mediterrânea*.

Versões biodegradáveis

Em contrapartida, marcas de cosméticos naturais passaram o ano tentando desenvolver versões biodegradáveis e que se aproximassem ao máximo (sim, é muito difícil) das purpurinas ultra-brilhantes e coloridas que tanto são cobiçadas pelos foliões.

A paulistana Lá do Mato Saboaria criou uma versão com base de gomas vegetais, água pigmentada com clorela (um tipo de alga verde), urucum, cúrcuma, carvão vegetal, beterraba, além de spirulina (uma alga que serve como superalimento) e minerais como a mica.  O potinho custa R$ 10. Já Brilhow, é feito por duas biólogas marinhas do Rio de Janeiro, que conseguiram chegar a um portfólio bem variado (R$ 15, cada frasco). Outra carioca, a Pura Bio Glitter, desenvolveu, entre purpurinas variadas, uma pasta feita à base de Aloe Vera e mineiras!

Tem quem considere caro. Mas vale ressaltar que a produção de casa potinho é artesanal da maioria leva cerca de 15 dias para ser feita. E o impacto de um item não consciente muitas vezes nem tem preço.

Base vegetal: glitter da La do Mato Saboaria (Foto: Reprodução)


Purpurinas conscientes da Brilhow (Foto: reprodução)


Pasta vermelha, da Pura Bioglitter (Foto: reprodução)


Menos lixo com criatividade

Com tanta opção em maquiagem orgânica/natural/vegana, usar a criatividade e montar um look vibrante, alegre e festivo não depende só de glitter.

Eu fiquei satisfeita com os primeiros testes que fiz com o glitter biodegradável. Mas se você não curtiu, vai no caminho de criatividade!

Sombras e pigmentos de marcas orgânicas e vaganas não faltam! Aliás, este é um grande alicerce do consumo consciente: nem sempre a melhor escolha é feita na base da substituição do convencional x sustentável. Acima, fiz um micro lista de marcas que vendem a opção biodegradável. Reparou como são poucas as opções? As fórmulas ainda estão sendo testadas e, por isso, saem relativamente com o preço alto.

Usar alternativas já existentes (maquiagem, acessórios) resolve parte do look carnavalesco zero lixo do carnaval sem complicação!

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