Astróloga mais pop do Brasil, Maína Mello acaba de lançar seu primeiro livro, “Encontros Astrais” (Editora Fontanar), um manual prático para relacionamentos, tema que, segundo ela, é o que mais atrai as pessoas para a astrologia.
Formada em jornalismo, Maína teve seu primeiro contato com o universo astral ainda criança, por influência da madrinha, Débora. Qualquer semelhança com as previsões assertivas de Susan Miller não é coincidência, já que a famosa astróloga americana foi sua inspiração. “Como não gostar de ser comparada a uma gênia?”, reflete ela. Sagitariana com ascendente em Virgem, Maína tem uma linguagem ainda mais afetiva e atual, e escreve como aquela amiga realista, porém leve, que adora dar conselhos.
A carioca de 34 anos já foi responsável pela seção semanal de horóscopo do caderno Ela Digital e, hoje, assina as previsões mensais da Revista Glamour e do próprio portal, o Mapeando.
Na entrevista abaixo, fruto de um bate-papo entre nós por e-mail, Maína lembra da transição de carreiras, explica como a astrologia nos torna mais assertivos no dia a dia, além de falar do livro, da importância da energia feminina na ligação entre o céu e a terra e, claro, de amor e signos.
“Não há combinação astral que seja absolutamente incompatível” – Maína Mello.
Confira a entrevista
A astróloga carioca Maína Mello (Foto: Tatiana Guinle)
a Naturalíssima – Você estudou jornalismo, mas seguiu a astrologia intuitivamente. Como aconteceu esse despertar? Maína Mello – A minha madrinha Débora, também astróloga, me tomou como discípula quando eu tinha 7 anos. Pelo meu mapa astral ela considerou que eu poderia, no mínimo, amar este saber. Ela não estava impondo nenhuma escolha profissional, mas reconheceu meu dom e se ofereceu para estimular o desenvolvimento.
aN – E a transição na vida profissional? Você teve um momento/ insight que ouviu uma espécie de chamado – tipo “é isso!”? MM– Eu não pensava em trabalhar com astrologia, porém quando estava prestes a me formar em jornalismo comecei a questionar se estava fazendo a escolha certa. A essa altura, eu já era uma grande estudiosa dos astros, fazia mapa astral dos amigos, dos amigos dos amigos… Mas eu ainda resisti, trabalhei dois anos como assessora de imprensa, até que um dia eu não aguentei e decidi largar o meu emprego fixo. Ainda fiquei um tempo como freelancer enquanto tentava me sustentar com os astros, e graças ao universo não demorou muito pra isso acontecer.
aN– Você estudou formalmente a nova área? MM – O estudo começou de maneira informal com a minha madrinha, não havia uma sala de aula, eram as nossas conversas, os livros que ela me dava de presente e a orientação na análise dos mapas. Nisso eu fui me desenvolvendo de maneira autodidata também. Na época da faculdade eu fiz paralelamente aulas de astrologia com outros mestres. Mas gosto de enfatizar que para ser astróloga eu não estudei apenas a astrologia. O curso de jornalismo para mim, além de lapidar minha comunicação, me deu uma formação de cultura geral. Nele eu conheci muitos outros saberes, alguns eu busquei aprofundar, como a psicologia, a mitologia, a filosofia e as artes. Sigo estudando de tudo até hoje, tenho gostado de algumas ciências, como a física quântica.
aN – Quais foram as suas referências e inspirações para a nova profissão? MM – A Susan Miller foi a inspiração pra criar meu site, o Mapeando, pois eu me identifiquei com o seu formato de horóscopo mensal aprofundado. Mas adaptei essa forma às minhas necessidades. Meus textos são menores, mais emocionais e até filosóficos, eu acho. Me ocupo mais do sentido da experiência do que das descrições das mesmas.
aN – Aliás, você costuma ser chamada de Susan Miller brasileira. Já se incomodou? MM – Essa comparação com a Susan não me ofende de modo algum, pelo contrário, me alegra! Como não gostar de ser comparada a uma gênia?
aN – No seu ramo, há algum certo tipo de preconceito de gênero? MM– Não enfrento nenhum preconceito por ser mulher nesta profissão. Aliás estou numa profissão em que há mais mulheres do que homens atuando! A intuição é uma energia feminina essencial nessa ligação entre o céu e a terra.
aN – Por que escolheu falar de relacionamentos amorosos em seu primeiro livro. É o que mais leva as pessoas a se interessarem por astrologia? MM– Neste meu primeiro livro eu quis oferecer o que as pessoas mais querem saber! Relacionamento é mesmo o interesse de dez entre dez pessoas que buscam orientação astrológica. A pessoa pode até estar mais interessada no seu momento profissional, em descobrir uma vocação ou na questão financeira – ainda assim, não há quem não queria saber sobre seus afetos.
“Encontros Astrais” (Editora Fontanar)
aN– O livro é como um guia prático para o dia a dia? MM– A proposta do livro é ser um manual de consulta, traz os principais aspectos do mapa que tratam da afetividade entre emoção, desejo e vontade. Não descreve todo o mapa astral, pois os capítulos são sobre o signo solar, a Lua, Vênus, Marte e Lilith, que no meu entendimento são os principais pontos a analisar numa sinastria, a leitura combinada dos mapas dos envolvidos. Mas ainda assim é bem profundo e dá para se conhecer bem, e também a pessoa com quem você se relaciona.
aN – Estamos passando por um momento de crise política, ambiental e planetária. De que maneira sintonizarmos com os astros pode nos ajudar a passar por fases como esta? MM– Astrologia é autoconhecimento, fundamental para sabermos nosso lugar e missão no mundo e também, a relação com o tempo que vivemos. São tempos transformadores, sem dúvida, mas se nascemos neste momento, temos um papel nessa história. Não se trata apenas de nossas vidinhas individuais, não. Temos questões em comum com os outros, e nosso tempo tem justamente o desafio de se humanizar. Ou seja, estamos diante da necessidade de convivermos e colaborarmos com as diferenças, de desenvolvermos nosso sentido de coletivo, de reconhecermos a força das individualidades dentro do grupo.
aN– Aliás, como você usa a astrologia de maneira pessoal nas suas escolhas, inclusive nas amorosas? MM– Eu sigo a astrologia o tempo todo no meu dia a dia, sei de que forma posso interagir com cada astral, se mais animada ou se é melhor descansar, se é um momento adequado para assumir um desafio, ou como me relacionar melhor com minha autoestima e com os outros. Sim, eu faço a sinastria nos meus relacionamentos, como não fazer? É importante para compreender com quem estou me relacionando e como viver o melhor do encontro. É por isso que acredito tanto no potencial do horóscopo, por isso sou horoscopista, a astrologia é uma ferramenta de auxílio na rotina de todas as coisas.
aN- Já aconteceu de uma pessoa vir cobrar, de maneira curiosa, por alguma previsão que seguiu à risca, algo assim? Ou por algo que tenha apostado depois de ler uma análise sua e dar certo? MM– No livro eu esclareço que não há fórmula de par perfeito, não existe uma descrição de como “tem que” ser o outro para você. É autoconhecimento, então está mais para saber do que você gosta, o que te atrai, como você seduz, como conquista. Eu analiso compatibilidades, mas todo mundo é livre para tirar suas próprias conclusões.
aN– As pessoas levam muito ao pé da letra a combinação dos signos. Agir assim não é muito limitante. MM– Não há combinação astral que seja absolutamente incompatível. Signos opostos, por exemplo, são complementares, os opostos podem se atrair mas também podem se repelir. Sempre depende de como as pessoas lidam com essas dinâmicas.
aN– Qual o seu conselho para uma aspirante a astróloga? MM– Recomendo muito estudo e depois o acompanhamento de um orientador nas primeiras leituras de mapas astrais. Ninguém se torna um profissional dessa arte em apenas um ano. Tenho visto pessoas fazendo apenas um cursinho básico e já achando que sabem tudo. Isso é um perigo. Envolver-se com a psique dos outros requer muito conhecimento, preparação e responsabilidade.
{Serviço} Encontros Astrais (Editora Fontanar) R$34,90 | R$23,90 (e-book) Lançamento: abril\2016
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