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Banco de Tecido: um paraíso da moda sustentável e feita à mão

Na casa de costureiras, artesãs e apaixonadas pelo conceito ‘faça você mesmo’, há sempre um tecido sem destino certo e, não raro, elas estão em busca de materiais novos e originais. Por isso, suspiram assim que chegam à casinha com fachada discreta e decoração fofa localizada no bairro da Vila Leopoldina, em São Paulo. É lá que, desde janeiro deste ano, funciona o Banco de Tecido, uma loja que promove venda e troca de material de segunda linha em um sistema 100% sustentável.

“Não há formas de reciclar tecidos. Por isso a ideia é prolongar ao máximo a vida útil de cada material que chega aqui” – Lu Bueno, figurinista

A “banqueira” em questão é a figurinista Lu Bueno que, após 25 anos de profissão, acumulou quase uma tonelada de matéria-prima. “Eu tinha tecidos incríveis e jogar fora estava fora de cogitação, já que não há forma de reciclar a maioria e nem há aterros para onde enviá-los”, lembra ela que, antes de se aventurar no projeto, testou um troca-troca entre amigos, estudou economia criativa e se capacitou no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

PREÇO JUSTO + QUALIDADE

O banco funciona em um sistema de correntista: o cliente leva seus tecidos e o projeto cobra 20% de taxas sobre o quilo – ou seja, a cada 2 quilos de material, o local fica com 200 gramas. O restante pode ser trocado por qualquer outra peça – seda, crepe, couro e malhas, armazenadas em caixas transparentes. “A avaliação é feita na hora. Quando necessário, o tecido é encaminhado para higienização”, explica a estudante de moda Andressa Burgos, responsável pelo atendimento. Na venda direta, o preço justo surpreende quem está acostumado ao comércio tradicional: R$ 35, o quilo, não importa o tipo. Pequenos retalhos são doados para ONGs.


Preço justíssimo: R$ 34, o quilo de qualquer tecido - da seda ao algodão! (Foto: a Naturalíssima)

Preço justíssimo: R$ 34, o quilo de qualquer tecido – da seda ao algodão! (Foto: a Naturalíssima)


Em julho, o projeto ganhou uma unidade em Curitiba, localizada na Casa Base, um espaço coletivo destinado a emprendimentos criativos.  “Aqui tudo funciona como na matriz. É um sistema genial para designers de vários ramos”, diz Henrique Cabral, sócio que capitaneia a filial paranaense. “A ideia é prolongar ao máximo a vida útil da peça, em uma cadeia sustentável. Está funcionando. Quem vem, sempre volta”, comemora a idealizadora.


Se necessário, os tecidos são higienizados e cortados antes de serem expostos (Foto: a Naturalíssima)

Se necessário, os tecidos são higienizados e cortados antes de serem expostos (Foto: a Naturalíssima)


“Como muitos tecidos estavam parados, tornaram-se raros. Ou seja, há estampas e texturas exclusivas” – Lu Bueno, figurinista

O espaço é ainda é uma opção tranquila e exclusiva de adquirir novos materiais, bem diferente das grandes lojas do Centro de São Paulo – sempre lotadas, com barulho – e dá até para ser atendida com hora marcada!

Extra/minha experiência: na minha segunda visita ao banco fiquei apaixonada por um crepe amarelo suficiente para fazer um vestido curto e básico. Levei também um pouco de tecido plano + cetim (para fazer uma fronha) e um retalho de linho preto (para bordar). Gastei, ao todo, R$ 32 e saí feliz da vida. Além do preço justíssimo, o crepe amarelo que será usado para fazer uma bela peça já havia saído de linha faz tempo. Ou seja: vou ganhar uma peça exclusiva!

{ONDE ENCONTRAR}

Banco de Tecido – LUPA Matriz São Paulo, SP Tel.: (11) 4371-3283. Falar com Andressa ou Lu. www.bancodetecido.com.br

Banco de Tecido Casa Base Curitiba, PR, Unidade 01 www.casabase.com.br

Texto assinado por mim, mas originalmente publicado na Revista Manequim/Setembro 2015. A seleção de fotos e a edição aqui é nossa.

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